Desde criança eu nuca gostei da ideia de ter pijamas.
Mesmo aqueles lindos, coloridos e cheios de enfeites. Para
mim bastava uma camiseta, da mais velha e confortável. Era e continua sendo o meu
melhor modelito para dormir.
Lembro-me com uma mistura de raiva e saudade dos momentos em
que minha mãe sumia com os meus “pijamas”.
“Menina, mas eles não
servem nem para pano de chão!”
Mas eram os meus pijamas...
Falo hoje de pijamas, da dor que sentia quando eles iam para
o lixo, mas poderia listar inúmeros motivos que me causam “amargor” só de
pensar em perder.
Mas a vida me convida, o tempo todo, a lidar com a perda,
com os términos, com a danada da impermanência.
Ontem foram os pijamas... Hoje perco tudo o que algum dia
tive certeza... Amanhã, talvez perca o medo de perder, de deixar ir...
O medo da vida-morte-vida!
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