Segunda-feira com cara de domingo, daqueles ensolarados.
Embora o clima convide a “ensolarar-se” a ordem é
permanecer!
Permaneça em casa.
Permaneça em sua rotina.
Permaneça na companhia de quem
vive contigo.
Permaneça com o vazio que
invade.
Permaneça com os medos que
afloram de um lugar desconhecido.
Permaneça com o silêncio
ensurdecedor.
Permaneça com a incerteza.
Permaneça com o desconhecido.
Permaneça com a ansiedade que
rouba o ar e acelera o peito.
Permaneça com o choro que insiste.
Que ele deságue!
Deságue em nós, diluindo todas
as amarras e resistências.
Que pouco a pouco vá circulando
e preenchendo os lugares vazios. Que ocupe!
Que a permanência impositiva me
ensine a sutil arte da impermanência.
Que o tempo, que tanto sonhei em
ter, seja acolhido e sobretudo, aprendido a ser utilizado.
Com coragem para abrir o peito e
receber, seja lá o que for para chegar.
Com alegria de uma criança que
desembrulha um presente.
Com brilho nos olhos por descobrir
que era exatamente aquilo que precisava.
Com a certeza de que a incerteza
foi a melhor coisa que poderia ter acontecido, naqueles tempos de permaneça!
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